Chega um período em nossas vidas que deixamos de crescer,
nossos dentes já caíram e nasceram os definitivos, nosso corpo se moldou e
assim ficou. Não cresceremos mais para cima, apenas para os lados,
infelizmente. Nossos pés usarão o mesmo número de sapato até o fim de seus
dias. Mas filosoficamente falando, nossas mentes jamais param de crescer. O ato
chama-se amadurecer.
Hoje me encontro em um penhasco, beirando meus dezoito anos. De frente com o abismo de tornar-me definitivamente uma mulher adulta. Eu sei que uma hora o vento forte fará meus pés falsearem e me jogará penhasco abaixo. Nada na vida acontece sem um empurrãozinho. Terei de encarar o penhasco da vida juntamente com suas obrigações.
Nem todos amadurecem. Algumas pessoas são como frutos fracos,
caem das árvores ainda verdes e no chão permanecem.
Nessa etapa perguntamos a nós mesmos o que seremos, e sinto
informar, nós não sabemos. Não quero trabalhar no que não gosto, mas recusar um
emprego que paga bem, também não posso. E o teto que vou morar, agora que minha
mãe quer viajar mundo a fora? Porque agora nós tomamos, definitivamente, conta
do nosso próprio nariz.
Não é a idade pesando e sim nossa consciência nos apontando
quanto tempo de vida já perdemos. E nos questionando o que faremos no restante
que temos. Eu quero fazer tudo. E é por querer tudo que me vejo tão confusa
nessas horas. Hello garota, daqui a pouco tu vira mulher, mexa-se!
E eu me mexo conforme a dança. Pulei do tal penhasco e meu
coração saiu pela boca. Comecei a ver a vida não com outros olhos, mas de
diferentes ângulos. Porque estou aprendendo a andar novamente, sem ter ninguém
segurando minhas mãos. Eu não sei o que serei, mas sei o que eu quero fazer da
minha vida e ando na direção dos caminhos que considero certo. Porque escolhas
são importantes para amadurecermos, e se não sabemos como escolhê-las, acabamos
tornando-nos frutos podres. Eu quero e vou amadurecer, eu vou e consigo ser
feliz, e esse tal dezoito anos nada me diz.
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