sábado, 26 de abril de 2014

O HOMEM QUE ME ENSINOU A AMAR

Lembro-me do seu cheiro de naftalina e história
impregnados em sua camisa fina,
usada em um corpo com pouca caloria,
e uma mente cheia de sabedoria.

Recito a musica que cantávamos juntos,
enquanto recordo da sua voz rouca e fraca,
fazemos um dueto imaginário. 

você foi na vida, 
meu sonho de glória,
foi riso, alegria 
tristeza, poesia, 
alguém da minha história. 

E ó se não me iludo, você foi tudo,
foi tudo, o que eu pedi em um avô.

Fico a vagar na nostalgia de minhas lembranças,
recordar cada sorriso seu,
cada abraço que me deu,
você era meu protetor, mas chegou um dia que eu comecei a protege-lo
e retribuir o amor incondicional

As histórias na mesa redonda nos sábados,
tanta vida vivida,
história ensinada,
taças de vinho tinto, 
guardanapos de pano,
que hoje fazem falta aos sábados,
na mesa vazia, que perdeu a vida. 

Brincadeiras sobre velhos, ele nunca tornou-se um,
a cada ano retrocedia um numero,
consequências da idade.

Hoje você não está aqui, 
mas sei que deve estar em recife, curtindo suas férias de vida,
que tanto almejou.

E se estiver me vendo agora,
sinta o amor imortal que sinto por ti,
sei que consegue sentir-me,
você disse que mesmo eu não vendo você com meus olhos,
você estaria, e eu o veria,
com todo meu coração.


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